sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Casa de Pasto do Calvário


O amigo Carlos da Casa de Pasto do Calvário é um dedicado e talentoso anfitrião do bom petisco. Gosta do que faz e  sempre tem comidas apetitosas e bem confeccionadas. Como tem um excelente sentido de humor transporta-o para as mesas de bancos corridos desta autêntica casa de pasto à antiga. A feijoada de búzinas e os alimados são peça fundamental, nas sobremesas destaco as magníficas pêras bêbadas. Aos domingos anda por lá um cozido porreiro ao almoço e o fado é presença assídua à noite com a Maria da Saudade, a Sara Raquel e o Manelito . Como passo por lá todas as quintas e recebo muita vez uma prova de petisco (este aqui é dobrada) quis saber mais da maneira como ele se lançou na restauração. Foi mais ou menos assim: quando era moço era carpinteiro de limpos, janelas, portas, soalhos e afins, teve de ir para a tropa e lá aprendeu a cozinhar, quando voltou a construção teve uma das suas ciclicas crises e ele arranjou trabalho em colocação de persianas.

 O dono da empresa das persianas estava a montar um bar em Armação de Pêra, o Kubata, e o Cárlinhes que não se dá parado e percebia de madeirame foi o homem certo para erguer o bar de praia que ainda hoje perdura. No verão meteu-se a assar o belo do peixinho e até arranjou namoro com uma suiça que apreciava os dotes do assador...



Depois dedicou-se à restauração por inteiro e fez muitas casas. Agora é aqui no Calvário em Estômbar que se entretém a animar a malta, estrangeiros e nacionais, vizinhos ou forasteiros. Todos são bem vindos.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Zé do Leitão




Zé do leitão assado
Urb. Quinta de S. Pedro, nº 121 – Portimão (em frente ao Aqua)

Já há tempos que queríamos experimentar o leitão assado em Portimão. Por acaso estando no Aqua surgiu a hora do almoço e a ideia do leitão pareceu boa. Era mesmo em frente à bomba de gasolina. Mas as aparências iludem como diz o ditado. O sítio até é simpático, em mesas postas com pratos de barro e toalhas vistosas aos quadradinhos azuis e brancos, quadros e fotografias com motivos africanos, asseio e bom atendimento. Óptimas azeitonas verdes e bom pão tipo alentejano vieram para a mesa. Depois pedimos o leitão frio ou morno e assim veio acompanhado com batatas fritas caseiras cortadas às rodelas com uma rodela de laranja e pickles a enfeitar o gosto. Mas este leitão deixa bastante a desejar por outras paragens onde ele toma proporções de iguaria lacada no forno e objecto de múltiplos prazeres carnívoros. Este para além de ter um saborzinho duvidoso, com a crise as comidas passam de uns dias para os outros, não indiciava frescura e tinha a pele queimada. A música brasileira começou a ressoar na cabeça e saímos um pouco gordorosos do paladar, mesmo regado a minis pretas. Há take away, pratos do dia e outros como bacalhau na brasa, cabrito assado e picanha, mas este lugar apesar de barato não deixa saudades.




segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Barquinhos e memórias




Em giro de acaso demos, eu e o meu filhote, com o Sr. António Jorge Duarte, 82 anos, antigo pescador de bacalhau. Vi os barcos pela nesga do portão e perguntei se podia vê-los, sem demora estavamos todos entusiasmados a contemplar os artesanais barcos e a ouvir as histórias do velho marinheiro. Depois mostrou-nos a sua peça principal, o Titanic, gloriosamente feito a partir de uma fotografia. Prometemos continuar.