sábado, 9 de junho de 2012

Caracóis!?

Lamento amigo, disse-me o Bruno quando lhe sumariei a aventura que é comer em Portimão. Desta vez deu-me um desejo de caracóis, ainda os não tinha comido este ano. Estávamos a buscar o miúdo do club naval e como o famoso holandês dos caracóis é ali próximo... rumamos. No café da esquina um grupo de compinchas divertiam-se a assar umas sardinhas. No restaurante uma mesa estava ocupada, mas qual não foi o nosso espanto quando ao pedir os ditos cujos, só à tarde, por volta das 16h00. Mas que raio de tradição é esta que nunca tinha ouvido falar? Assim sendo vamos a outro sítio. No jardim do TEMPO, uma esplanada costuma ter. Só que lá chegados, o empregado de pernas estendidas também faz jus à tradição e só por volta das 15h30 é que caracoliza. Em frente, o café Nacional que tem lá uns supostos hambúrgueres gourmet, mas infelizmente já tinham acabado (era hora de almoço). Para não desperdiçar comida só compram em média - 4?!?! O que se passa aqui? que salto quântico é este? Será da troika, será das gentes?
Decididos a comer um resto do jantar de ontem fomos para casa. Já quase lá, no vizinho restaurante Barlavento, do simpático sr. Manuel ele não se escusou a servir-nos os almejados caracolitos, com pão torrado e regados a cerveja, seguidos de uma chouriça de Monchique. "Deus dá nozes a quem não tem dentes" avança ele depois de lhe contarmos o episódio.


Sentado a outra mesa estava o senhor Silva, já reformado, que me contou histórias de quando era motorista de turismo e lidava muito com os suecos, povo exigente mas imensamente correcto, nem uma migalha deixavam no autocarro. Pelo que me pareceu das suas palavras no meio deste percurso perdemos estes turistas por culpa própria: ganancias e aldrabices. "Os melhores eles arranjam maneira de os afastar"- acrescentou com mágoa. Que futuro para este estado de coisas? Perguntas a mais, soluções de menos.

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